ANO VII –Número 19
julho/2018

A literatura fantástica é o terreno da hesitação, nos afirma Tzvetan Todorov. O solo argiloso de onde brotam elementos sobrenaturais aptos a romper com as lógicas e as leis que regem a realidade. É a incerteza, a dúvida, a pergunta que reside no fundo de nossas mentes. O frio na espinha que sentimos ao ver um vulto no meio da noite. A arritmia causada pelos estalos vindos do sótão. A palavra que congela na garganta e quando vem se torna grito.
O fantástico bagunça, bagunça o homem e a realidade. É a infração da ordem dos nossos dias e nos obriga a pensar em outras e novas possibilidades. É essa a reflexão que interessa a Travessa em Três Tempos, a quebra da lógica de uma realidade que não é única, não é fixa e não é absoluta.
O que apresentamos aqui é um Catálogo de realidades possíveis. São 18 autores que rompem com a lógica do mundo natural, cada um a sua maneira, e nos colocam a pergunta: e se a realidade não for exatamente aquilo que acreditamos que seja?
Propopeia, ou a verdadeira história da turma 83 (de acordo com o seu assassino)
Gustavo Czekster
Pingos
Allan Fonseca
Como é coisa da vida dos mortos, viajar
María Elena Morán
Seus olhos
Amanda Dimer Silva
Da morte em diante
Andrezza Postay
Fragmentos
Flávio Oliveira
O espectro da srta. K.
Matheus Fernando Silveira e Viviane Lima Ferreira
Matrioska
Sara Albuquerque
O homem no retrato
Adele Lazarin
A garota desenhada
André Teixeira dos Santos
Abigail
Lamara Disconzi
Religare
Fred Linardi
A quinta madrugada
Leonardo Wittmann
A morte de Gregor Samsa
Stéfanie Medeiros
A invocação
Lucas Gelati
Catuaba
Davi Boaventura e Taiane Maria Bonita